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Mostrando postagens de abril, 2012

Esfinge de Pandora - Minha outra vida

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(Por Elair Andersom) Saí de casa cedo. O ambiente do lar estava me matando de tédio. Pai calado. Mãe resmungando. Não iria esperar pela faculdade e resolvi cuidar da minha vida. “Tenha cuidado”, me disse minha mãe, com olhos cheios de lágrimas. Não acreditava naquelas lágrimas. Ou melhor, cria sim, que eram lágrimas de culpa. O desejo dela de que eu tomasse um rumo a consumia, e pensava que uma mãe não deveria pensar assim. Tudo culpa. “Ao menos tenta aproveitar, já que é uma moça bonita e sai com uns moços ´melhorzinho´ de vida. Tu parece que gosta dessa rafuagem”. Foi o melhor conselho que minha mãe conseguiu me dar, vender meu corpo para um homem com dinheiro, que me sustente pro resto da vida. Preferi ficar com a decisão da Paula Taitelbaum “Não uso sutiã. Não preciso de nada que me sustente.” Meu pai calado olhava a janela e fumava um charuto. O último beijo de minha mãe foi de lábios secos e frios. Fiquei com dó dela. Uma mulher velha e sem esperança de sentir um prazer qualquer,