A Corrida pelas Terras Raras: Elementos Essenciais para o Futuro Tecnológic
Artigo de Antenor Emerich
Em um mundo cada vez mais dependente de tecnologias avançadas e energias limpas, as terras raras – um grupo de 17 elementos químicos como lantânio, neodímio e disprósio – emergem como peças-chave no tabuleiro global. Apesar do nome, elas não são tão raras assim na crosta terrestre, mas sua extração e uso estratégico as tornam valiosas. Em 2025, com a transição energética acelerada, a demanda por esses minerais cresceu 6-8% só no ano anterior, impulsionada por veículos elétricos, turbinas eólicas e baterias. 3 Esses elementos são cruciais para a fabricação de ímãs permanentes, componentes eletrônicos e até equipamentos de defesa, como mísseis e radares. 5 Sem eles, a revolução digital e a luta contra as mudanças climáticas ficariam seriamente comprometidas, destacando sua importância geopolítica e econômica. 2 “Mapa global de reservas de terras raras em 2021, mostrando a distribuição por país (fonte: USGS)” “LEFT” “SMALL”
Países com Reservas e Produção de Terras Raras
As reservas mundiais de terras raras estão estimadas em cerca de 120 milhões de toneladas, distribuídas de forma desigual pelo planeta. 1 A China lidera com folga, detendo aproximadamente 36,8% das reservas globais, seguida pelo Vietnã (17%), Brasil (16,3%), Rússia (16,8%), Índia (5,62%), Austrália (3,2%), Estados Unidos (1,44%) e Groenlândia (1,2%). 7 Outros países como Tanzânia, África do Sul e Canadá possuem porções menores, mas significativas.
No entanto, reservas não significam produção. Em 2022, a produção global de óxidos de terras raras (REOs) atingiu 300 mil toneladas, com a China respondendo por 70%, os EUA por 14% e a Austrália por 4%. 6 Em 2025, essa dominância chinesa persiste, agravada por restrições recentes de exportação em sete elementos e ímãs, como retaliação a tarifas americanas. 2 Países como o Brasil e o Vietnã têm potencial inexplorado, mas enfrentam barreiras regulatórias e ambientais. Os EUA, por exemplo, buscam diversificar fontes para reduzir a dependência de importações, investindo em projetos domésticos e alianças internacionais. 9
0 “Infográfico do processo de produção de terras raras, da mineração ao ímã” “RIGHT” “SMALL”
Desafios no Refinamento das Terras Raras
O refinamento é o gargalo da cadeia de suprimentos de terras raras, concentrado em 87% na China em 2025. 4 Esse processo envolve separar os elementos de minérios complexos, como bastnasita e monazita, através de métodos químicos intensivos, como lixiviação ácida e extração por solventes. As dificuldades são múltiplas: tecnicamente, os elementos são quimicamente semelhantes, exigindo dezenas de etapas para purificação, o que consome muita energia e gera resíduos tóxicos. 9
Ambientalmente, a mineração e o refinamento produzem poluição severa, incluindo resíduos radioativos (devido à associação com tório e urânio) e contaminação de água e solo. 0 Economicamente, os custos são altos, e a concentração chinesa resulta de décadas de investimento em tecnologia e uma regulação ambiental mais flexível, tornando difícil para outros países competirem. Em 2024, a concentração global de processamento de minerais chave subiu para 86%, destacando os riscos de dependência. 0 Inovações, como novos processos de extração mais limpos, estão sendo desenvolvidas nos EUA e Europa, mas ainda enfrentam escalabilidade e viabilidade econômica. 5
Em resumo, as terras raras não são apenas minerais; são o combustível da inovação moderna. Com tensões geopolíticas em alta, diversificar fontes e aprimorar tecnologias de refinamento sustentável é essencial para evitar uma “guerra silenciosa” por esses recursos.
Me faz refletir: os tempos mudam e os motivos para a guerra também! É uma questão de evolução e involução, sempre!
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