Um bom modo de vida


Compreender o próximo é necessário e inteligente.

Ceder aos seus apelos e/ou caprichos, é de interesse próprio.

Ser maleável não é o mesmo que dar descontos na própria conduta no que se refere aos códigos morais e éticos.

O que é errado continua errado, o que é certo continua certo. Decerto que determinados grupos decidem por quebrar os códigos, deixar de lado o ético e a moral, quer seja por corrupção e pequenos roubos, ou ainda, por condutas reprováveis, como a infidelidade e demais mentiras. 

As mentes, na sua totalidade, são viciosas e tristes. Passam a crer que Moral e Ética são apenas discursos, e não se refletem nas atitudes da humanidade. Pequenos que são ainda, estes espíritos precisam de exemplos para agir, como os exemplos são péssimos, temos uma sociedade doente que faz da corrupção e da mentira elementos aceitáveis no relacionamento e convívio social. 

O sentimento de liberdade está aliado à busca do prazer sem limites e sem limitações. Esta busca desenfreada pelo prazer que excita os cinco sentidos representa uma alienação completa quanto aos direitos do próximo, tanto civis quanto cósmicos. Denota ainda uma espécie de desespero, de forma que alguns minutos em silêncio podem remeter o ente à loucura ou ao suicídio.

 Nesta busca, a sociedade não se integra, se distancia e se desvaloriza, vulgariza o que é imoral, aceita a mentira como parte do intento de ser livre e feliz; por conseqüência está descrente dos valores nobres e não confia em ninguém. Não encontra razão para ser ético, sequer encontra vitalidade para resistir aos apelos insistentes e eloqüentes, que arrastam às granjas da ilusão e da corrupção. 

Há uma terrível inversão na compreensão dos valores e das idéias e conceitos de excelência nas condutas e relacionamentos humanos, a filosofia vem a muito, aprimorando estes conceitos. Mas até o presente a sociedade não os tem incorporado. O único realmente levado às últimas conseqüências é o direito à propriedade, haja visto a materialidade em que nos encontramos. Esta mesma materialidade provoca a distorção dos conceitos filosóficos em que está calcada a construção teórica da sociedade. Teórica por não se fazer presente no cotidiano social. Assim, parecer ser, é tão importante quanto ser. O indivíduo pode não ser um rei, no entanto possuindo tudo o que um rei deve possuir, já será aceito e tratado como tal. Para tornar algo aceitável, basta convencer uma maioria que este algo é aceitável. Então quando todos estão fazendo a mesma coisa, todos passam a fazer a mesma coisa. Esta facilidade em convencer os agrupamentos humanos para uma determinada idéia ou conceito vem do desejo de nivelar com os demais, para ser aceito pelo meio social em que está inserido. 

O sistema é de consumo, donde sobrevive o capitalismo. Gerar lucro apenas não é o suficiente, é preciso gerar lucro rápido, e aumentar os lucros em progressão aritmética. Desta forma o sistema não se preocupa com o que põe à venda, mas dispõe de tudo o que tem consumo fácil. Ora, prazer, aliado ao sexo, é a maior indústria de consumo. É fácil e covarde apelar para os instintos básicos e primários do ser humano para enriquecer. Ao mesmo tempo o Ser Humano não se detém para questionar propagandas-conceito que invadem seus pensamentos, excitam seus sentidos, sobrecarregam sua libido e o atam, através dos olhos, em um fascínio exagerado pelo consumo, consumindo suas energias, sua economia e sua vitalidade. Sem a capacidade de se defender torna-se um boneco de fácil manipulação nas mãos dos capitalistas; consome a si, vazio de qualquer sentimento nobre e arrasado moralmente, já não questiona o certo e o errado, já não se importa com coisa alguma. Este humano está dominado, e vai comprar tudo o que mandarem que compre. Desde que esteja ao seu alcance financeiro. Não raro vai além de sua capacidade econômica ficando em débito com o sistema.

Então, VIVER, que deveria ser muito simples, atinge níveis de dificuldades sobre humanos, tornando-se mesmo insuportável para milhões que chegam as raias do suicídio, e para outros tantos que vivem na marginalidade, ou para tantos que sobrevivem da corrupção nos meios públicos e privados. Faz-se urgente uma reflexão sobre a nossa conduta social, precisamos trazer aos círculos de conversação as questões da ética e da moral. Precisamos desenvolver a nobreza em nós. Enchemos nossas vidas com necessidades inúteis e destruímos nossas vidas na busca por atender a estas inutilidades. 

Capitalismo não é o contrário de socialismo. Capitalismo é um modelo econômico, socialismo é um sistema de governo. Ser a favor deste ou daquele sistema e modelo também é irrelevante, pois simplesmente não pode haver códigos diferenciados de ética e moral. Então, se os homens seguem estes códigos, se tornam honrados e honestos, haverá um único sistema de governo e um único modelo econômico e não será preciso nenhum tipo de revolução para gerar um sistema de justiça. Quem se opõe ao que é justo?

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Antenor Emerich - Somos eternos. E, agora?

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