O típico eleitor de Bolsonaro

Artigo de Antenor Emerich

O eleitor de Bolsonaro parece ter saído de uma forma de clones. É incrível a forma como todos parecem o mesmo, em si falando de personalidade.

Claro, esse eleitor específico foi gerado pelas mídias, em sua grande parte pela Vênus platinada: REDE GLOBO.

Desta forma, esse eleitor se desenvolveu alienado. Futebol, novela, putaria, cerveja, filmes de violência, sem nenhuma trama complexa (caso contrário, ele não entende e não gosta), formam a mente e a personalidade desse típico eleitor. Notem que esse cidadão nunca teve ideais, ou lutou por uma causa. É o alienado de quem sempre ouvimos falar, o analfabeto funcional, sabe escrever mas não escreve, sabe ler mas não lê, quando lê, não entende o que leu.

Quando, em meados dos anos 2000, começaram estudos e pesquisas sobre o nível do analfabetismo no Brasil, concluíram que 75% da população brasileira se encaixava no sórdido perfil de não se interessar por nada relevante, complexo ou metafísico. Estavam armando o plano do golpe. Esse eleitor passou a ser bombardeado com notícias simples, falsas e constantes. A REDE GLOBO, como sempre, foi o alto-falante dos capitães da indústria. O propósito era um só: destruir os direitos trabalhistas. Os megaempresários do país estavam cansados com tantos encargos trabalhistas e segurança do trabalho. Políticos velhos como múmias em ternos de vinte mil reais e perfumes de cinco mil reais o frasco, não suportavam mais ver tanto dinheiro público sendo perdido, se esvaindo para a educação, saúde e previdência. Todo esse dinheiro deveria ser deles, das múmias políticas, sanguessugas sempre insatisfeitas, querendo mais dinheiro público.

Pois bem. Inventaram a lava-jato, e usaram a REDE GLOBO para dominar a cabeça dessa classe de gente, e lhes dar um objetivo de vida: destruir um governo socialista que entrega o dinheiro público para os pobres, que vão deixando de ser pobres e passam a ter alguma autonomia em suas vidas. Esse estulto analfabeto funcional abdicou de sua liberdade, repetia as notícias da GLOBO dia e noite. Pastores, padres e médiuns espíritas, alardeavam que o “socialismo” era comunista e coisa do diabo.

Ao mesmo tempo começaram a montar um central de “fakenews” (notícias falsas), para publicar em blogs, e disparos em whatsapp. Assim que tiraram a Presidente, esses sites de “fakenews” entraram em cena para continuar conduzindo esse eleitor, como um fazendeiro conduz o gado, com apenas uma espiga de milho na mão e um laço de corda na outra.

Esse eleitor clonado sem ideologia, que foi levado a acreditar na GLOBO e a repetir fervorosamente suas falsas notícias, tinha que agora seguir esses blogs mal intencionados e passar a duvidar da GLOBO. Claro, isso porque Bolsonaro, por 28 anos como deputado federal nunca fez nada de relevante, e sempre foi tratado como “baixo clero” e como piada na câmara, por todos os deputados e pelos canais de televisão. Bolsonaro agora quer que o povo tenha raiva da GLOBO. Estranhamente, esse eleitor que repetia fervorosamente as notícias da GLOBO, passa a dizer que a globo é mentirosa. E, passa a acreditar em sites como BRASIL ONLINE e MAMÃE FALEI.

Devido a vários processos por calúnia e difamação contra cidadãos esses sites foram desativados e outros, mais terríveis ainda foram montados. Agora sem nomes, sem diretor, sem redator, sem fontes, sem fatos. Tudo mentira. Mas esse analfabeto funcional tem outra característica horrorosa: depois que se convence de algo, não se pode mais convencê-lo de que possa estar errado.

Bolsonaro odeia quase todo mundo: o congresso nacional, o senado, o STF, as forças armadas e as mídias todas. Raiva essa, gerada e mantida a partir da sua não atuação como deputado, 28 anos sendo ignorado. Ele se vinga e se regozija, um reles capitão, expulso do exército por insubordinação, agora pode mandar em coronéis e generais, dar gritos e bater nas mesas. É assim que ele demonstra seu poder.

E o analfabeto funcional?

Utiliza agora as frases que o povo usava quando a GLOBO mentia sobre o socialismo, mentia sobre a presidente Dilma, mentia sobre o ex-presidente Lula, mentia sobre a PETROBRAS. A mesma TV que agora critica Bolsonaro. Antes do impedimento da presidente, esse típico eleitor de Bolsonaro acreditava e repetia as notícias da emissora, agora diz que a mesma emissora é mentirosa.

Não, ele não percebe que está sendo teleguiado através de sites que não tem sequer nome do responsável.