O Ego
Introdução à esfinge
Fotografia e edição antenor emerich |
A "Esfinge" é a protagonista de uma tragédia (Grega por excelência), que
tem como personagem convergente, o ego Édipo Rei, envolvendo a forma brutal
como desmantelou as consciências que o gerou.
Quando nasceu foi conjurado portador da triste sina de matar seus
progenitores, depois de desposar a própria mãe.
Os pais: Laio e Jocasta ficaram aterrorizados com o vaticínio, e
encontram por solução matar a criança antes mesmo de oferecê-la aos deuses. Sem
coragem para tal sinistro, ordenam um de seus guardas, entre mercenários e
assassinos, mais cruel, a nefanda tarefa.
No caminho para a floresta o infante manteve-se em silencio, respirando
serenamente, e se aninhado com calor no peito do assassino. Considerando estar
longe o bastante da civilização, estancou de pronto, o intenso som da floresta
de milhares de criaturas, produzindo milhares de diferentes ruídos e sons, não
ultrapassava os tons dos gemidos e grunhidos do ínfimo ser no braço com um
punhal. Ponderou que já havia matado muito cachorro imprestável por esse mundo,
gente que tinha mais era que morrer mesmo. Ele mesmo não era digno da vida. Mas
aquele miúdo nem teve tempo de incomodar alguém. Não poderia matar um inocente.
Entretanto, a honra de cumprir o dever, a ordem, manter a palavra, falou
mais alto, e pela primeira vez lembrou-se dos deuses daquela gente e decidiu
brincar com o destino; por alguma razão seus senhores o queriam morto, então os
deuses decidiriam se aquele mal sinado deveria viver ou morrer. Sem hesitar cortou
um cipó de diâmetro apropriado, e com a mesma destreza atravessou o garrão da
criança com o punhal, depois rasgou o outro, e antes que o condenado à tragédia
se desse conta do que estava acontecendo, o mercenário atravessou o cipó pelos
buracos entre o tendão e o osso, fez um nó e atou a outra ponta no galho.
Rapidamente subiu no cavalo e a galope se afastou, metros depois ele ouviu o
primeiro estridente grito de dor, o som se propagou e a própria floresta fez
silêncio.
O menino passou assim à noite, e pela manhã, um criador de ovelhas passou
por ali em busca de ervas para sua esposa, que estava febril. Ouviu os choros
já falidos e retirou o pequeno desgraçado daquela situação.
Sem consciência de sua terrível sina, cresce saudável como um cuidadoso pastor
de ovelhas. Um bom filho, calmo e tranquilo, e sonhador. Pensava longe, e
imaginava o que haveria depois das florestas, atrás das montanhas.
Belo e determinado, quando atingiu a idade de ser homem peregrinou para o
oráculo, saber se havia para um simples pastor, alguma sina que não fosse a de
morrer um pouco todo dia, no tédio do mesmo lugar.
Os oráculos não fazem charadas, ou são reticentes e comedidos, e a Édipo
foi declarado que não devia estar vivo, uma vez que sua maldição era a pior
maldição que qualquer oráculo já vira. A má sorte o levaria a matar o próprio
pai, desposar a própria mãe, que depois de ver o ato terrível que cometeu,
arrancaria os próprios olhos.
O jovem Édipo entra em um terrível pânico, e ao deixar o oráculo nem
mesmo volta para casa, para os únicos pais que conhecera e que tanto amava. Foi
para um vilarejo próximo, onde encontrou trabalho, e sobreviveu por algum
tempo. Quando já possuía o suficiente para continuar em frente, seguiu.
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