Escravos hereditários




parte dois

Melhores condições de trabalho

 O homem que não luta por sua liberdade, condena seus descendentes à escravidão.”

O dono de tudo o que se via passava pelo suntuoso portão que separava seu castelo das vilas e dos cercados, e das terras de plantio. Um escravo se ajoelha perante o altivo senhor e fala muito apressado: por favor, senhor, os escravos estão morrendo, escuta-me.
O guarda que acompanhava o dono de tudo que se via, rapidamente chuta a cabeça do trabalhador como se chutasse uma abóbora. O homem rola pelo chão, e virando uma vez mais sua cabeça em direção ao Senhor, suplica:
- Por favor, senhor, os homens estão morrendo. Quando o guarda se preparava para desferir novo golpe, o dono de tudo que se via faz um geste para que parasse.
- Diga escravo, do que falas?
- Os chicotes, senhor, o capataz está usando pequenas pedras nas pontas dos chicotes, o que faz grandes feridas nos escravos, elas custam a curar e começam a infeccionar, as moscas enchem as feridas e criam bicheiras. Dois homens já estão com febre alta e delirando, não há como salvá-los, vão morrer. Se continuarmos apanhando com as pedras nos chicotes, vamos ficar todos doentes.
O dono de tudo que se via mandou o homem de volta ao trabalho com um leve aceno de mão, e ordenou ao guarda: Vá chamar este capataz, e fique em seu lugar até que volte, e diga-lhe para trazer o chicote.
O capataz adentra o salão limpo e fresco:
- pois não, senhor?
- Que pensas que estais fazendo? Tens noção do quanto me custa um escravo? Não lhe basta o chicote, para que as pedras nas pontas? Dê-me esse chicote – o capataz temeroso e de cabeça baixa entrega o utensílio ao seu senhor – Vais trabalhar como escravo no lugar dos dois escravos que estão morrendo, até que eu o substitua por outros dois. E se gostas de torturar escravos compre os seus e faça o que quiser com eles. Guarda... leve este escravo para a mina de pedras.



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