Lucidez e mediocridade


  • Não é demais lembrar a famosa trova de António Aleixo, poeta português: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência.”

A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre, e tem um indisfarçável medo da inteligência. Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.
Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas, com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar. Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.
Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota, automaticamente, a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de alguém com um talento que os possa ameaçar. Eles conhecem bem suas limitações, irão ocultá-las quanto possível. Ou seja, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender. É um paradoxo! “Devem dizer algo como: pena que era muito inteligente.
Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: “Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra.”
O problema é que os inteligentes costumam brilhar! Que Deus os proteja, então, dos medíocres!

(Apanhado pelo Google, como autor desconhecido)

Obs.: Não que eu não o tenha editado.

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