Crime e Castigo

Todos os dias nos jornais, tele e impressos, vê-se as mesmas notícias. Assalto, sequestro, assassinatos, estupros. O Meios de Comunicação de Massa (MCM), priorizam o tétrico, o grotesco, a maldade humana. A população se agrada e retribui com generosos índices de audiência. Quanto pior, melhor.

Todos os dias também vê-se uma população mais indignada com os crimes, bradam aos ventos, de punhos cerrados, aos céus por mais punição, mais castigos, piores leis, que maltratem mais os animais humanos que tanto caos e terror levam as populações. Pedem a morte dos doentes sociais, que vida de fato há muito não tem, se alguma vez a tiveram. A polícia se vê acuada entre a lei, a ordem e a justiça sem julgamento. Entrar nas favelas atirando é o que povo pede sem cessar, "para que prender bandido? tem que matar!" é grito uníssono da população brasileira, para não nos estendermos ao mundo, que pede, algo seja feito imediatamente; o resultado é sempre o mesmo. Entre a guerra de policiais e marginais, que com nada se importam mais, inocentes são mortos. Novos gritos, novos brados, novos punhos cerrados: quem matou os inocentes? Ora, as mesmas vozes que pedem morte, pedem justiça.

Todos os dias eu temo que uma lei seja promulgada no senado, dando direito a homens fardados de matar quem considerarem necessário.

Entre a ordem e os fora-da-lei a vítima é sempre inocente.

Um país onde a corrupção ainda impera, onde a exploração da mão de obra é meio de enriquecimento, onde a exploração da pobreza e da ignorância é meio de vida para MCM e políticos, matar traficantes de maconha e cocaína parece uma solução fácil. Mas não se sabe de quem são as terras onde se encontram tais plantações, de quem são as fazendas com seus aeroportos e aviões. Os grandes nomes nunca são divulgados.

Todo dia lembro, que o povo sempre levou machado e chicote as costas, vive namiséria, e carrega pedras e a culpa de ser pobre, ainda são tratados como preguiçosos que não trabalham.

Sem educação, sem direitos garantidos, sem saúde física, moral e mental, agora leva também a culpa da miséria social em que se encontra este pobre país; leva bala, leva drogas, e consome apenas o que lhe resta, e pra viajar tem que deitar no chão, e morrer por causa disto. Mais um pobre no necrotério, mais uma manchete no jornal, mais uma vítima que é sempre inocente, que nunca teve escolha.

Todo dia me pergunto "Quando alguém vai se levantar de verdade para defender os escravos modernos, sofredores do Brasil, levando as chicotadas do olhar desdenhoso de quem anda de carro importado, financia o tráfico e rouba o dinheiro que deveria estar na educação e saúde do povo."

A VERBA ECONOMIZADA NA EDUCAÇÃO, É GASTA À JUROS EXORBITANTES EM SEGURANÇA.

Quem vai deixar de lutar pelo dinheiro e lutar pelo bem estar do povo, pela libertação dos escravos, de uma vez por todas?

Mas é difícil, não é? Você precisa sobreviver, não dá tempo de bancar o herói, tem mais uma grande festa sábado e você não pode faltar. Tudo bem eu entendo. Você já está fazendo a sua parte. Merece até os parabéns!

Antenor Emerich - povo do Brasil

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