Talento em função do dengo
(Pensando em Alvares d e Azevedo) Leio escritores e poetas frustrados, escrevendo sobre amores que não conseguiram encarcerar. Reclamando, invejosos, de riquezas que não lograram ter. Atacando uma sociedade que não se sensibilizou às suas frustrações. Chorões; talentosos com o raciocínio, visionários, tocados pela arte, consideravam, e consideram, a si, dignos de honra. Uma honra a que a sociedade não outorga. Entregues aos seus vícios e crenças, ansiavam, e anseiam, ser admirados, ricos e adorados. Cientes do parco raciocínio, do pouco conhecimento do mundo que os cerca, da mirrada cultura em que vive a humanidade, muitos escritores tornaram-se medíocres, escrevendo apenas para impressionar. Lamentam amores idealizados que não corresponderam às suas expectativas. Sscritores e poetas, mas tão mesquinhos quanto a sociedade que criticavam, e criticam ainda. Nota-se egoísmo e individualismo em seus escritos, uma sutil tendência a sentirem-se superiores aos demais mortais não iniciad...